quarta-feira, 2 de maio de 2018

SINTRA: MELHOR SOLUÇÃO? SAÍDA DO RESPONSÁVEL

"Amostragens" manipuladoras...a quem servem?

A imposição pouco feliz de alterações de trânsito na Vila de Sintra recomendaria que se prevenissem eventuais efeitos perversos e sua imediata rectificação. 

Os resultados são bem conhecidos e os responsáveis preferirão anunciar outras obras que desviem as críticas, enquanto um ou outro comentário avulso os serve. 

Para quê darmos o exemplo do homem das castanhas que, com as alterações, passou a fazer mais receita embora - não passando recibo - a economia não a sinta?

Todavia, para que se compreenda melhor, nem o homem das castanhas representa os outros comerciantes, nem as alterações de trânsito seriam contra o comércio.

Se usássemos o homem das castanhas para mensagem subliminar ao êxito das alterações, estaríamos a manipular os leitores e a servir os responsáveis.

O problema é demasiado complexo e despropositados trajectos limpos - por caminhos que não são alternativa - só podem confundir quem não conheça Sintra.

Falha porque não foi previamente prevista uma Rede Periférica de Transportes Públicos (rápidos e cómodos a custo aceitável) para desincentivar o uso do carro.


Omitir que restrições a viaturas (por sinal parciais...) no casco do Centro Histórico se reflectem em mais trânsito 50 metros acima e pela Serra é iludir a verdade.

Desprezar-se as dificuldades criadas a quem trabalha (não só a turistas...) e todos os dias precisa de se deslocar para cumprir obrigações é manipular a realidade.

Pouco credível será insinuar-se que para o Verão não haverá carros na Pena, quando os parques foram pavimentados e marcados lugares para estacionamentos.

Um dos parques oferecidos pela Parques de Sintra junto ao Palácio da Pena, já com marcação de lugares (foto de hoje)

A quem servem - então - os pontuais exemplos do "êxito" alcançado?   

Vejamos as consequências... 

Danos causados à imagem de Sintra pela não prévia planificação de alternativas periféricas a que se seguiria o trânsito, ultrapassando tudo o que seria admissível. 

O Alto do Centro Histórico, fora do casco como gostam de lhe chamar, passou a ter a mesma ou maior carga de viaturas, agora empurradas para fora de Sintra.


Encaminhar o trânsito para a parte Alta do Centro Histórico agravou a circulação

No Largo Ferreira de Castro, a paragem de autocarro e o estacionamento de carros, triciclos e o que mais se verá, estrangulam a circulação sem autoridade visível. 

A nossa Serra que deveria ser preservada da poluição está mais devassada, agora pelas viaturas que querem aceder à Pena e pelas que querem sair ou fugir de Sintra.

Autocarros de turismo alongam-se pela Volta do Duche, partem para estacionar, voltam para recolha e partem de novo. Que solução...que falta de avaliação. 

Num destino que deveria ser de aproveitamento total pelas pessoas, elas estão condenadas a ficar dentro de viaturas, espantadas pela desagradável surpresa.

Bem cedo, esta manhã junto à entrada para o Palácio da Pena

Esta a deplorável imagem que está sendo passada de Sintra. 

Ao que acresce...

Mais dificuldades de acesso a Sintra por utentes de transportes públicos, com a inacreditável invencionite  da eliminação - sem sentido - de uma carreira. 

Trabalhadores e visitantes, cujos transporte da Estação até ao Centro Histórico era pela Volta do Duche, passaram a dar a Volta do Desespero por Chão de Meninos.

Neste quadro, até há quem tenha o desplante de propor o uso de bicicletas, como se disso resultasse o êxito das alterações impostas. Terão pensado devidamente?

Eventuais desajustes nos horários do comércio (mais na tardia abertura do que no encerramento) não justificam uma frente crítica que agradará aos responsáveis.  

Incapacidade de actuação sobre o acontecimento

Depois do dia 26 de Março, houve tempo suficiente para meditar, repensar e tomarem-se medidas imediatas que invertessem um projecto mal planificado.

Se necessário suspendê-lo, para evitar que - chegados ao dia de hoje - se possa admitir que estamos num péssimo exemplo de teimosia autáquica.  

Com estas coisas não se pode condescender, haja quem haja a servir as virtudes do falhanço espalhando a miragem de que o bom futuro já vem a caminho.

Há responsáveis pelo que está acontecendo frustrando quantos acreditaram nas promoções de Sintra no estrangeiro, nos tantos prémios atribuídos.

Caem por terra os exageros de prémios obtidos em catadupa para "um dos destinos mais sustentáveis do mundo", levando a que muitos sintrenses se envergonhem.

Sintra não é um destino qualquer, exigindo a máxima responsabilidade na gestão do seu turismo, com acessibilidades compatíveis e descentralizadas à distância.

O que se está passando há mais de um mês é deplorável, atinge a imagem de Sintra como destino e não corresponde ao que os sintrenses desejam para seu futuro.

O responsável por este Plano já não tem espaço para continuar a manter-se.  

O Presidente da Câmara está obrigado a intervir porque #não é este o caminho" que Sintra precisa e os sintrenses querem.

Mais uma vez Sintra não merece isto.


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