sexta-feira, 11 de maio de 2018

SINTRA: AINDA O TRÂNSITO E ACESSIBILIDADES

Recordarei sempre o humilde africano que, em Moçambique, me perguntava: - "Sabe porque crocodilo come o 'home'  'qando' é grande?"...???..."porque 'qando' crocodilo é pequeno o 'home' não lhe põe o pé sobre a cabeça".   

Trânsito, pequeno pormenor

As recentes alterações no trânsito da Vila de Sintra e periferia, tão apressadas e desajustadas, constituem um incrível espelho do poder político poderoso.

Dias antes, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra suspendera o Regulamento Camarário de Mobilidade em Sintra julgando precedente uma Providência Cautelar. 

Foi uma derrota política da Câmara, alegadamente por "se ter recusado a ouvir os contributos" de uma associação "sobre o regulamento para a mobilidade na vila".

Supomos que o Regulamento pretenderia - entre outros - resolver um problema tornado grande porque enquanto pequeno se arrastou sem actuação autárquica.

Não sendo provável que, como o Regulamento suspenso, a Câmara o aplicasse, as alterações feitas em 26 de Março foram avulsas e nalguns casos desorganizadas.



Nas imagens acima pode ver-se que hoje - 46 dias depois - ainda lá estava a placa da paragem do "comboio" turístico, juntando-se visitantes à espera dele...

A Praça da República, embora permitindo mais liberdade a quem visita aquela zona, parece ter-se convertido em zona semi-pedonal face à cadência de carros.  

Como resultado, a Imagem de Sintra - onde tantos ditos políticos têm aspirado à sua grandeza e manutenção - nada beneficioumerecendo alargadas críticas.  

Não se conhecem estudos feitos sobre fluidez de tráfego nas novas vias, prevendo maior rapidez nos transportes públicos e maior comodidade nas ligações.  

Tão pouco se conhecem estudos de impacto ambiental no Centro Histórico (mais acima do casco) bem como no caminho da Serra, Largo da Pena e S. Pedro.

O que sucedeu? De e para Sintra os transportes públicos (já fracos) pioraram; as carreiras de pendor "turístico" (434 e 435) não se libertaram dos engarrafamentos. 

Os visitantes, tenham ou não dificuldades de locomoção, são obrigados a subir ao Largo Ferreira de Castro onde num passeio minguado esperam a carreira da Pena.

Suas Excelências, que por hábito não percorrem a pé 500 metros até ao Palácio de Valenças para Reuniões, façam uma experiência: - Em cadeiras de rodas, subam pela Rua das Padarias até à paragem no Largo Ferreira de Castro. Perceberão.

Também perceberão se uma emergência requerer a GNR na Quinta da Regaleira (da Câmara), como a viatura dessa força é obrigada a regressar a Sintra por Colares. 

Acrescem as consequências nefastas para habituais utilizadores de uma rede que já era débil para a mobilidade que a vida de hoje impõe a muitos cidadãos.

O Plano imposto em 26 de Março surge mais como a força do poder, longe da humildade política que deve assentar na Cultura Democrática.  

Acessibilidades alternativas


O video acima, tirado este mês, mostra o afluxo de turistas para Sintra com falta de resposta da CP no atendimento, com reflexo no conforto e chegada ao destino  

É evidente o desajuste entre promoção turística no estrangeiro, alimentando títulos, destaques, prémios, páginas que se podem comprar e a realidade da oferta.

Recomendando-se a utilização do comboio junto de Unidades Hoteleiras na Área Metropolitana reduzir-se-iam as viaturas que demandam Sintra.

Mas isso exigiria o aumento de circulações comboios para Sintra, repondo na situação anterior, já que a redução operada prejudicou os passageiros habituais.  

Mas o que se passou e não ilustra a visão Autárquica em Sintra? 

Em vez de exigir a reposição das 4 circulações horárias directas entre o Rossio e Sintra (segmento mais procurado) a Câmara não contestou a redução para metade.


Até disse que "o problema que tivemos com a CP foi resolvido (...)". Que problema resolvido? Sua Excelência conhecerá a realidade dos movimentos pendulares?

O incremento do uso do comboio reduziria as viaturas a caminho de Sintra.

Por outro lado, os parques periféricos seriam soluções profícuas. 

SE nestes cinco anos, em vez de alusões frequentes aos milhões, se tivessem feito investimentos cautelares em nome do turismo, o trânsito estava quase resolvido.

Mas ficava de pé um problema: - Aquele que, graças ao atraso nas decisões, se pode admitir que tenha estado na génese do Regulamento para a Mobilidade.

Sucede, isso sim, que Sintra não merece isto, muito menos "#este caminho". 


Sem comentários: