domingo, 14 de maio de 2017

PAVAGAIOS E AGAPORNIS QUASE EM DESFILE...

Um velho Amigo sintrense, Diogo Palha, especialista em genética, farto de muita coisa que se passava por cá, um dia abalou e vive a alguns milhares de quilómetros de Sintra.

Quando possível ao Sábado, o gosto por um chocolate quente leva-nos à esplanada da Woerner's onde actualizamos a vida neste bocado ímpar do Ocidente. Foi ontem.

Sabe o que por cá se passa e, atento, nos últimos tempos tem-se dedicado ao estudo de novas aves, por vezes de arribação em ciclos de quatro em quatro anos.

Diz-nos ele, na sua vetusta idade, que cada vez se lobrigam mais cruzamentos entre aves afins, talvez (sorri...) por ambições desmedidas ou carências na paparoca.

Não despreza a sorte de em época eleitoral ser mais fácil apurarem-se espécies, acabando por divulgar-nos o último resultado das suas experiências: - O PAVAGAIO

O pavagaio resulta do corpo do pavão com a capacidade pensadora do papagaio 

A nova ave, segundo ele e técnicos envolvidos, mistura do pavão a tradicional vaidade (quando deixam que agite a cauda...) com as capacidades palradoras do papagaio.

Diz-nos como desabafo: - "Não é fácil cruzar uma espécie que se arrasta pelo chão, com outra palradora e que está sempre desejosa de trepar para o melhor poleiro".

Vivendo a experiência, Diogo Palha não está satisfeito. Teve êxito ao conseguir um ADN alimentar compatível mas alguns exemplares comportam-se com dupla personalidade.

Segundo ele, a parte "PAVA" do PAVAGAIO (sem alterar os ocelos) continua a arrastar-se e a abrir as plumas quando se quer mostrar, oferecendo exotismo e pouco mais.

A parte genética "GAIO" preocupa a equipa técnica, pois coisa que o tratador-mor lhe diga é logo espalhada aos sete ventos, como se soubesse realmente do se se trata.

Isso causa mal-estar entre outras aves. Leva à busca de visibilidade pelas mais fracas. Surgem as bem falantes. Geram-se expectativas...em falso. O lustro perde brilho.

Ao que consta no pavagaieiro, uns tantos PAVAGAIOS preparam-se para o desfile, esperam a palavrinha mágica (só uma...) do tratador para fazerem o voo de servidão.

Em nome da reflexão pré-eleitoral, Diogo Palha prevê que alguns exemplares metam cunhas para pupilar ou taramelar em mais que um programa da PAVAGAIO TV.

Experiências não ficam por aqui

Noutra experiência, também foi conseguido que um Agapornis Pullaruis (Periquito-de-faces-vermelhas) seja programado para só falar de quatro em quatro anos.

Com chips adequados, podemos ter em público PAVAGAIOS e AGAPORNIS fingindo-se zangados e depois partilharem a gaiola "a bem de todas as aves".

São previsíveis desfiles e eventos para apresentação das novas espécies em praças e ciclovias engalanadas, com muita graça e olhos postos em providenciais tratadores.

Será, do ponto de vista avícola, como que uma feira onde se escolhem as aves com mais belas penas, coloridas, pigmentadas com as cores da espécie.

Para evitar cunhas ou empurrões democráticos, haverá um cuidado especial nos lugares disponíveis para o desfile por força do excesso de busca de lugares.

Pelo sim, pelo não, face à pouca confiança em alguns tratadores, é recomendada a vacinação contra a proliferação da gripe Pavagaia, endemia ligada ao virus Influenza.

PAVAGAIOS e AGAPORNIS, farão os seus desfiles promocionais completamente à parte, salvaguardando dessa forma onde se irão recolher depois do evento.


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