sábado, 24 de janeiro de 2015

SINTRA: PARA A HISTÓRIA DE ASCENSORES E TELEFÉRICO...

Um exemplo de teleférico: Whitefish Mountain

Como se fala em novas formas de acesso à Serra de Sintra, em breve abordaremos o tema de uma forma mais completa, exemplos e compatibilidades com o fim em vista.

Entretanto, lembram-se estórias deliciosas - sem alvíssaras - mas doseadas de humor. 

"Ascensores mechanicos" em 1887...talvez pioneiros

Três comerciantes de Lisboa terão sido pioneiros ao requererem à Câmara, em 1887, a licença para assentamento de "ascensores mechanicos". Foi notícia privilegiada na edição de 3 de Abril desse ano no Jornal de Sintra, portanto há 127 anos...

Escrevia-se que o "systema" seria em "tramway-cabos, ou qualquer outro que não estorve a viação ordinária", assentando em 18 pontos da Villa, entre eles Pizões, Estação do caminho de ferro, Quinta da Vigia, Bairro do Castello e Paços do Concelho.

Na altura, apontavam-se os benefícios e a autorização da Câmara parecia certa, mas - pelo que se constata - não é de excluir que o projecto ainda aguarde mais elementos, caso não tenha sido triturado por alguma daquelas máquinas devoradoras...

Elevadores previstos por De Gröer em 1949...

Há 65 anos, De Gröer aludia a dois elevadores (como o Glória em Lisboa), partindo um das traseiras da Igreja de S. Pedro e outro da Mata Municipal (no Centro Histórico).

De Gröer, no Plano de Urbanização de Sintra, achava útil instalá-los, o primeiro para aceder ao Monte Sereno, o segundo para subir ao Castelo dos Mouros.

Sugeri-los hoje seria uma novidade com longas e vetustas barbas...

Historieta do teleférico, 2007

O teleférico dormia quando em 22/12/2007 - em entrevista do DN ao presidente de um clube de S. Pedro, cargo que acumulava com o de presidente da Junta - foi despertado pela novidade que terá deixado de boca aberta o então Presidente de Câmara.

Lia-se no DN: "O teleférico que vai fazer o transporte para o Palácio da Pena terá como ponto de embarque o Estádio do 1.º de Dezembro e isso vai ajudar "financeiramente o clube, que vai receber uma renda da Autarquia, devido à cedência do terreno"".

Era notório e indesmentível o entusiasmo do dirigente desportivo pelo teleférico. 

Convictos de que o teleférico era uma Prenda de Natal, aguardou-se pela confirmação Oficial do segredo; as forças vivas, silenciadasnem louvavam nem opinavam.  

A população, apanhada desprevenida pela feliz inconfidência do dirigente desportivo, ficou ansiosa pela Boa Nova oficial que não surgiu. Por isso, o teleférico seria citado num artigo de Opinião (Jornal de Sintra-25.1.2008), sob o título "Novelas de Sintra".

Sobre o teleférico nada mais. Das forças vivas, nem uma camisola amarela surgia a mostrar-se. O Presidente da Câmara (de então) não convocava a conferência de imprensa onde a obra brilharia. Defensores da história do lugar rendidos ao silêncio...

"Que se passa com o TELEFÉRICO?"

A ansiedade dominava-nos. Havia quem dissesse que a Câmara já estava a pagar uma renda pela sorte de existir um terreno para "porto de embarque". Nada mais.

Com o título acima, seis meses depois outra Opinião no Jornal de Sintra (27.6.2008), realçando o espaço de tempo em que sofremos sem uma resposta adequada. Nada.

Perguntava-se, até, se era possível sem um projecto conhecido, sem concurso para a obra, sem estudos ambientais, a Câmara ter em marcha obras para o teleférico. 

Outra dúvida ligava-se com a eventualidade da Câmara estar a pagar alguma renda a título de cedência de terreno para uma - quanto a nós - incerta plataforma de embarque.

Silêncio total...sem esclarecimentos. Uma forma salutar de se esquecer o Teleférico.

O Teleférico de 2015 continuará a contar com quem o desejava noutros tempos?


Um exemplo de teleférico: Whitefish Mountain





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