sexta-feira, 21 de novembro de 2014

SINTRA: NATAL, PORTA ABERTA À PEQUENA ECONOMIA

Depois de tanto ouvirmos falar em Desenvolvimento, Economia e novos Postos de Trabalho,  talvez o Natal justificasse medidas de apoio ao pequeno comércio.

Com a sorte de um clima mais ameno que por essa Europa fora, vivemos encapsulados nos padrões que meia dúzia controlam e, desenvolvimento, é mania lá de fora.

Há dias, na Discussão de um Plano que ajudaria um grupo económico a acabar com o comércio local - nem uma só voz de comerciantes ou sua Associação ouvimos.

A velha história do cão a que o rabo foge quando o vai morder. Lojas fechando cedo porque "não há clientes"...e clientes a não irem às lojas, "porque fecham muito cedo".

Assim, as famílias são empurradas para compras nos Grandes Centros, acabando por nem dar por falta de convívios, do usufruto dos bens culturais, de tempos de lazer.

A vida e o lazer passaram a sacrificar-se entre montras do um qualquer shopping.

Uma vergonha que tal tenha sido feito à grande maioria das famílias portuguesas.

Mercados de Natal, a Economia com Planeamento

Os Mercados de Natal são, nas principais economias europeias, a maior manifestação de convívio e alegria nas ruas e praças, comércio diversificado de pequenas coisas.

Montá-los dá trabalho. Exige Planeamento porque, ao momento, só por cá.

Na semana passada, em Munique, às 8 horas da manhã uma grua levantava e colocava à porta da Rathaus (Câmara Municipal) um pinheiro com cerca de 12 metros de altura.

No dia seguinte, cerca de 40 stands começaram a ser instalados, pelo que - entre as 10 horas de 27 deste mês e as 14 horas de 24 de Dezembro - serão Mercado de Natal.

Dignificando-os institucionalmente, o Burgomestre Dieter Reiter fará a inauguração dos Mercados de Natal no dia 27 deste mês, também recebendo os visitantes.  


Os stands que se irão encher de mercadorias. Teste de luzes na árvore

Por toda a parte há stands: Marienplatz, pátios da Rathaus e da Residenz, Virtualmarket e outros. O preço do Glühwein inclui a caneca...que pode ficar como recordação.



Nas ruas, o cheiro das amêndoas a torrar...adormece-nos. Espetadas de chocolate.

Todos os dias, entre as 17,30 e as 18 horas, na varanda da Rathaus actuam grupos de cordas, cantores individuais e coros, criando um ambiente propício ao Natal.  

Movimentam-se milhões de euros, reforça-se a situação económica dos comerciantes.

O Planeamento atempado é uma virtude de que se colhem bons resultados.

Árvore de Natal, tradição que se deve a D. Fernando II

Foi D. Fernando II que trouxe para Portugal a tradição da árvore de Natal, tão bela na Baviera. Ele mesmo, com as vestes apropriadas, carregava sacos com brinquedos para distribuir às crianças, fomentando o convívio mais íntimo dentro das famílias.

Uma exigência dos nossos dias

Há longos meses, tivemos a ousadia de sugerir que em vários locais de Sintra se fizessem mercados deste género, diversificados, mas com um objectivo comum: a venda de produtos, possibilidades de convívio, uns petiscos, doces, alegria.

Imaginava-se a pedonal da Heliodoro Salgado, junto ao Museu, Volta do Duche, Largo do Palácio, com estruturas adequadas, iluminações, música e milhares de pessoas comprando ou consumindo, convivendo num território que é seu.

O "Eléctrico do Pai Natal" com crianças rindo a dizer adeus a quem com elas cruze. 

Que belo seria vermos artistas nossos actuando na varanda da Câmara Municipal. 

Obrigava a trabalhos de Divulgação, Marketing, Comunicação. Mobilização.

Terá sido pensado, terão surgido dificuldades, talvez para o ano...será bom.

Claro que por cá, que vivemos bem, estas questões talvez nem se coloquem. Haverá quem conteste as iniciativas face à nobreza do espaço que Byron pode ter pisado.

Ao recusar-se o fatalismo da Dinâmica sem Vocação, talvez se deva esperar que estas falhas não correspondam, no género, a exemplos vocacionais.

O Natal será sempre onde os homens forem capazes de o fazer.


Sem comentários: