terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SINTRA: PALÁCIOS SÃO NACIONAIS, REGIONAIS OU LOCAIS?

Ainda a propósito de preços e direitos perdidos pelos cidadãos nacionais nos acessos a Parques e Palácios geridos pela empresa Parques de Sintra-Monte da Lua, aqui publicado em 10/01/2014, talvez seja interessante a análise mais profunda.

Admitindo-se o princípio de que gerir bem é uma obrigação dos nomeados, dispensando frequentes enaltecimentos - cujo excesso até incomodará os visados - não se regateia, no entanto, as acções da actual gerência da Empresa.

Porém, a exigível e esperada gestão positiva não legitima o corte feito aos cidadãos nacionais no acesso gratuito aos Domingos a Palácios e Parques, passando por cima de direitos antigos e conceitos hoje vigentes noutros espaços Nacionais.

Saliente-se que, sendo "Nacionais", é porque à Nação pertencem; se fossem "Regionais", ainda aí estavam inseridos num território alargado; para serem apenas dos sintrenses, melhor seria chamá-los de "Locais", espartilhados em visões serôdias.

Palácio Nacional da Pena, visto de Santa Eufémia

A PS-ML tem duas épocas de preços

Embora hoje - 14.01.2014 - não conste do site da empresa, na Revista Sintra Cultural de Janeiro de 2014 (da responsabilidade da Câmara Municipal de Sintra e que recomendamos) verificamos que há bilhetes de "Época Baixa" e de "Época Alta".

Os preços constantes do site são os de "Época Baixa", passando na "Época Alta" para 13,50€ a quem queira só passar as portas do Palácio Nacional da Pena; visitar os Palácios da Vila e de Queluz custarão 9 €; Monserrate e Castelo dos Mouros 7 euros.

Anote-se que o próprio direito dos munícipes à entrada gratuita aos Domingos está omisso na página oficial da PS-ML. Certamente só por acaso.

Comparações culturais

Retenhamos duas mensagens da Revista Sintra Cultural acima citada. Numa, o Presidente da Câmara aposta nas "actividades culturais que trazem vida e massa crítica ao nosso concelho". Por seu turno, o Vice-Presidente Camarário, preconiza uma verdadeira "Economia Criativa" envolvendo a "população jovem". 

Ora, essa "população jovem e criativa" - se tiver entre 6 e 17 anos - para absorver a componente cultural indispensável à vida, pagará entre 9€ para entrar no Palácio da Pena, 7€ nos Palácios de Sintra e Queluz e 5€ no Castelo dos Mouros.

Monserrate, a arte em cortiça como elemento cultural

Desculpar-me-ão, mas na Baviera uma só entidade faz a gestão de 45 Palácios, Castelos e Residências (museus, quase sempre), 27 Jardins Históricos e 21 Lagos. Os jovens, de idade inferior a 18 anos, têm permanentemente entradas gratuitas.

Qual, efectivamente, o direito dos cidadãos nacionais?

Qualquer residente sintrense pode visitar gratuitamente aos Domingos as Ruínas Romanas de Conimbriga em Condeixa, o Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto, outros Palácios e Parques Nacionais. Com mais de 65 anos só pagam 50%.

Ao invés, a outros portugueses que não sejam residentes em Sintra, aos Domingos é-lhes vedado o acesso gratuito, enquanto que os descontos são mínimos.

Esta situação, inibidora para os portugueses, terá de ser resolvida, sob pena dos nossos Palácios e Parques estarem sob reserva para estrangeiros.

Parece nem ser difícil, se considerarmos que para a Temporada de Música em Queluz, de Tempestade e Galanterie, os lugares podem custar menos que a simples entrada no Palácio Nacional da Pena. 


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