sábado, 30 de novembro de 2013

"O CONCELHO DE SINTRA" - 1 DEZEMBRO DE 1910

Um trem de 1882

Do número 1 do Jornal "O Concelho de Cintra", publicado em 1 de Dezembro de 1910, retirou-se esta saborosa notícia:

"TRACÇÃO ELECTRICA CINTRA, S.PEDRO E CASCAES
Segundo nos informa pessoa de toda a respeitabilidade, vae-se em breve fazer o estudo da linha electrica de Cintra a Cascaes, por S. Pedro.
É um grande melhoramento para Cintra, S. Pedro e Cascaes, que desejamos bem que seja levada a efeito".

Lendo e relendo, temos duas perspectiva: - Falsa pista que originou uma notícia privilegiada ou efectiva intenção da obra, falhada por motivos desconhecidos, pois Sintra tem sido fértil nestas coisas de nada se fazer. Aceitemos a segunda.

Garantidamente, há 113 anos, havia pessoas com visão e que deram à notícia acima reproduzida o relevo da ligação entre Sintra e Cascais, apresentando-a como um grande melhoramento, infelizmente adiado até aos nossos dias.

Tem sido um adiamento demasiado longo de uma obra que muitos investidores estariam dispostos a realizar, fixadas que fossem as condições de exploração.

A miopia de responsáveis, quantas vezes amedrontados por falsos defensores locais e mais defensores deles mesmos, tem mantido afastados e desligados dois concelhos vizinhos, com interesses comuns no turismo e desenvolvimento da região.

Recupera-se a grande notícia daquela época, porque uma mais regular e garantida ligação a Cascais seria um forte incentivo ao desenvolvimento turístico dos dois concelhos, que ainda hoje vivem praticamente de costas voltadas.

Sintra e Cascais tem todo o interesse na ligação - rápida e cómoda - entre os dois concelhos, quer para responder a quantos residem e trabalham num ou noutro, quer para os visitantes conhecerem melhor os dois belos territórios.

Como foi possível durante mais de 100 anos ninguém se ter preocupado com uma obra que teria tanta influência no desenvolvimento económico da região?

Em 1910 havia cabeças que pensavam no progresso...e quem o travasse.

Os Fantasmas do Éden têm sobrevivido.


Nota: Documentação consultada na SINTRIANA/CASA MANTERO, Biblioteca Municipal de Sintra.


 


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