quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

PASSOS COELHO: UM PROBLEMA PATOLÓGICO?

O pior surdo é o que não quer escutar (*)
  “Nove em cada dez reformados não tenham sido atingidos por cortes ou reduções nas suas pensões”, afirmação de Passos Coelho

Quem ontem se deu ao árduo passatempo de escutar o político Passos Coelho deve ter ficado, certamente, com dúvidas sobre as capacidades deste jovem que desempenha funções para as quais nunca esteve preparado.

O sujeito, que não rejeita o benefício de uma pensão vitalícia mas coloca em dúvida as que, após dezenas de anos de descontos, foram adquiridas por trabalhadores, poderia ser mais  verdadeiro, até por uma questão do respeito público que lhes deve.

Que o homem não prima por ser verdadeiro sabe-se, considerando o que prometeu e o que fez. Mas usar argumentos transviados para diluir o esbulho que tem feito a reformados é o máximo do despudor. Passos Coelho não sabe o que tem feito?

Qualquer português, com facilidade, perguntará se Passos Coelho, quando fala, sabe o que diz ou se está convicto das palavras que profere.

Depois da sonegação de subsídios de Férias e de Natal, além de outras penalizações, dizer que “nove em cada dez reformados não tenham sido atingidos por cortes ou reduções nas sua pensões” é uma falácia. Cortes e impostos são a realidade.

Torna-se fácil que a opinião pública e as vítimas do despropósito receiem pela competência e quadro clínico de que o Senhor Passos Coelho dá mostras, com  contornos preocupantes.

Quem ler o discurso oficial notará que não teve uma palavra para os desempregados vítimas da sua governação – em Novembro havia 662937 inscritos nos Centros de Emprego - torneando com o uso uma vez de “desemprego” e outra com “emprego”.

Entretanto, como quem deveria tomar medidas para que ele tomasse os remédios adequados não o faz, temos um país a caminho de se tornar o mais miserável da Europa, aberto aos negócios da China.

Referir uma “economia desenvolvida como a nossa” é outra inabilidade que deveria merecer a devida ponderação. Para quem falava?

Seria melhor se Passos Coelho escutasse o descontentamento do povo sério e trabalhador. Dos que produzem a riqueza e não dos que a exploram.

E, claro, um bom clínico poderia ajudar à reciclagem…


(*) - Escultura em via pública, Plovdiv, Bulgária






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