sexta-feira, 5 de outubro de 2012

5 DE OUTUBRO, UM INCÓMODO PARA A REPÚBLICA?


Não sei se a eliminação do feriado do 5 de Outubro se relaciona com afinidades monárquicas ou ajuste de contas com a implantação republicana. Mas acabar com o dia de hoje, uma data histórica relevante, terá contornos poucos visíveis. 

Esta moeda, de prata, recorda a data em que, do regime monárquico, passámos a viver numa Republica. Será que Passos Coelho acha que não foi importante?

  
Que devo fazer à moeda enquanto símbolo? Boto-a fora? Para o lixo? Ou guardo-a à espera que, numa nova democracia, os responsáveis politicos saibam - porque é de saber que se trata - que na vida dos povos há datas indeléveis?

Nem que fosse em ouro me deixaria influenciar pelo hediondo anúncio - que o governo não cala - que promove a venda do precioso metal pelas pessoas em dificuldades, para depois ser exportado com reflexos nas estatísticas da balança de pagamentos. 

Devemos renegar a implantação da República que custou vidas?

Quais terão sido, no fundo, as intenções de governantes que, num regime republicano, decidiram eliminar o feriado ligado à liberdade republicana. Vamos perceber porquê.

No seguimento da implantação da República, desenvolveu-se a alfabetização do povo, criaram-se associações de índole cultural e recreativa, bibliotecas. 

Com a República, surgiram leis de protecção dos trabalhadores, entre elas direito à greve, descanso, máximo de 48 horas de trabalho semanal e constituíram-se sindicatos.

Hoje, com as medidas governamentais sempre oponíveis a quem vive do seu trabalho, se o governo promovesse a celebração livre e fraterna das liberdades e direitos alcançados na República, estaríamos perante uma tremenda contradição.

Se vivessemos numa democracia normal, o povo sairia à rua para festejar e celebrar a sua liberdade civica e social, sabendo que os governos têm a duração limitada.

Passos Coelho, ao acabar com o feriado do 5 de Outubro, um dia histórico, mostra claramente que a pretensão é que o evento não seja lembrado pelo povo.

Passos Coelho é que não ficará na história.




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