quinta-feira, 19 de julho de 2012

SINTRA: PARA A HISTÓRIA DO CANDEEIRO VIGILANTE…

Um candeeiro enquadrado com gosto...
O candeeiro enorme, colocado nas barbas dos Paços do Concelho sob olhares embevecidos, com virtudes intrínsecas para nos vigiar, dizem que não vai ser utilizado para tão nobre e bom serviço.

Se confiarmos numa “fonte do gabinete de comunicação camarário”, citada no blogue Tudo sobre Sintra, “o sistema de videovigilância não está activado, nem irá estar”. Garante-se, sim, que “quando accionado por telecomando, dá música”.

O crédito da “fonte” é, politicamente, irrelevante no que concerne a vincular os responsáveis do Executivo, até agora silenciosos e sem entrevistas ou reportagens televisivas adequadas ao tamanho da obra, de gabarito musical.

Diga-se, até, que o candeeiro preparado para espião, mesmo estropiado do seu mais útil órgão, será sempre explorável como obra conseguida.

Oferta? Quem aceitou a doação?

Segundo a mesma “fonte do gabinete de comunicação camarário” (ao Tudo sobre Sintra) o candeeiro tecnicamente preparado para espião e agora quase castrado nessa parte, foi oferecido por uma “empresa da especialidade”.

Tão valiosa oferta (por falta de informação corria o boato de serem três) numa época de crise que as empresas invocam amiúde, merece o devido realce pela grande prova de dedicação a Sintra...e pela música que nos dá.

No entanto, apesar da bondade, as ofertas e doações têm regras de aceitação que a Câmara Municipal está obrigada a cumprir.

Lendo o resumo de todas as deliberações tomadas em Reuniões de Câmara de 2012 (*), não consegui – confesso eventual erro de visão – localizar qualquer acto relacionado com a aceitação da oferta do candeeiro em causa.

A generosa oferta teria de ser apresentada numa Sessão Camarária para aprovação e só depois, se aceite, ocorreria a instalação.

Se tanto não bastasse, é determinante que se saiba se o equipamento pode ser susceptível de a qualquer momento, até a propósito de eventuais testes, disponibilizar imagens e quem, nesse caso, tem acesso às mesmas.

Muito estranhos são os silêncios dos defensores das liberdades individuais e da democracia. A menos que, para eles, tenham existido esclarecimentos personalizados.

Esperemos que, urgentemente, esta história seja completamente esclarecida, para conforto dos cidadãos e segurança nos seus direitos constitucionais.


(*) - Esclarece-se que o resumo das Deliberações é publicado pelo mesmo "gabinete de comunicação camarário" cuja "fonte" disse que o candeeiro foi "oferecido".  



 

5 comentários:

António disse...

Quando apareceu este candeeiro, comentei comigo próprio, aqui está a razão do corte da arvore, era para ali que ele estava destinado,(e ficava bem) mas, pelos vistos alguém com influência nos corredores e, frequentador assiduo dos bastidores dos Paços do Concelho disse, não não, tirar a arvore isso não? Bastou para logo aparecer outra arvore, que assim tirou o lugar ao dito espião. Agora resta-nos contentar a ouvir mais da mesma "música".
Não haverá hipótse de lhe colocar também um ecrã médio, para se ir assistindo a umas cenas de telenovelas?

Anónimo disse...

´R um silêncio demasiado estranho...

Fernando Castelo disse...

Caro António,
Obrigado pela sua visita. A coisa é séria e, infelizmente, só as múltiplas ocupações de "oposicionistas" ajudam ao silêncio. Acabei de ver que um destacado membro da oposição foi nomeado 1) Presidente de uma Agência Municipal.2) Membro da Administração de uma Empresa Municipal.3) Representante da Câmara em duas Associações. Como pode o homem, apesar de todo o perfil revolucionário e de luta contra a Direita, ter tempo para pedir satisfações sobre o candeeiro? A vida é mesmo assim. Talvez até vá para Lisboa...mas como oposição está bem à vista.
Um abraço,

Anónimo disse...

os representantes eleitos de sintra para além de não fazerem nada...porque não têm quaisquer objectivos para sintra...ainda se dão ao luxo de não prestar os esclarecimentos devidos aos municipes.
É lamentável que mintam com quantos dentes tem na boca....sem excepção!!!
Mas a culpa é minha...é nossa... de todos os portugueses...que não exigimos o que deveríamos...destes politicos...eleitos! :-(

Fernando Castelo disse...

Caro Anónimo,
Como compreenderá, é bom aparecer em coisas positivas, sabe-se lá se até com alguém especializado em chamar cá as televisões.
O electrico, como já dava nas vistas não funcionar, foi óptimo para acusar o roubo do cabo eléctrico...que ocorreu há meses. Mas deu para mostrar a cara de um agora agitadíssimo Vice-Presidente. Noutras coisas não há caras...há coroas.
Sugiro, a propósito do candeeiro, que aprecie os esclarecimentos de um Anónimo (no caso conhecedor da vigilância dos motéis que rodeiam Sintra), publicado nos comentários de 6.7.2012.
Um abraço,