segunda-feira, 19 de março de 2012

LISBOA, 8 DE MARÇO DE 2012, 11,04 HORAS...


PRAÇA DA FIGUEIRA,

O Dia era de celebração e exaltação da Mulher.

À mesma hora, por este país fora, quantos políticos palradores não teriam já subido a palanques  que lhes garantissem uma melhor visibilidade.

Outros, agitados e na mira de recolherem frutos, desdobravam-se em correrias para aqui e para ali, quase tropeçando na ânsia de se mostrarem.

No Dia Internacional da Mulher, muitas vezes só nesse, quantos besuntados homens se preocupam com a igualdade de direitos…

Na Praça da Figueira, coração de Lisboa, antiga capital do império, a negação do direito à vida era o desmentir dos discursos.


Não foi o local. Foi o simbolismo.

Para uma mulher e um homem, abandonados por um terceiro ser humano que – no meio deles -  arrumou os seus haveres, ninguém olhava ou discursava. A indiferença era total.

Apenas a câmara, na frieza do seu disparo, os manteve vivos.

Para eles, foi o Dia Internacional da Indiferença.


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