segunda-feira, 17 de outubro de 2011

INDIGNAÇÃO!

Não poderia deixar de me associar ao amplo movimento de INDIGNAÇÃO pelas medidas anunciadas pelo Governo, castigando os que em nada contribuíram para o endividamento nacional: os trabalhadores e os reformados.

Dirigi ao Senhor Primeiro-Ministro, à Sra. Presidente da Assembleia da República e aos Deputados Nacionais, o seguinte:

"Aos 72 anos pretendo fazer, junto de Suas Excelências, duas provas: - A primeira de que estou vivo, situação que seria mais cómoda se não estivesse; A segunda de que mantenho a lucidez suficiente para viver e lutar contra a indignidade.

Receio que, para muitos de Suas Excelências, melhor fora que as não fizesse.

Trabalhei e descontei 52 anos para ter uma reforma. Muitos de Vós tê-la-ão por menos de metade do tempo, com valores várias vezes maiores que a minha. Enriqueci o País.

Não concorri – nem com um cruzado – para a caótica degradação financeira a que chegámos.

Membros da Assembleia da República, optando pela “disciplina partidária” à frente dos “Compromissos” com a Pátria, validaram actos de Governos de Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso e José Sócrates, que progressivamente me endividaram.

Atento às palavras do Exmo. Primeiro-Ministro e a algumas medidas, tudo indica que os Reformados estão na primeira linha dos cortes, para não resistirem muito tempo. Mas, se acabarem com os Reformados, a que grupo de contribuintes o Estado irá buscar dinheiro?

As Câmaras Municipais, Empresas Municipais e de cariz semelhante, também me vão endividando – a mim, que sempre fugi de contrair dívidas – sem que se anunciem medidas que acabem a bagunça e imponham contenção nas despesas e subsídios, nitidamente eleitorais.

Neste contexto, como exemplo, direi que a Câmara Municipal onde resido também me tem progressivamente endividado, pelo que facultarei a V.Exas. alguns dados do maior interesse para avaliação das incidências no descalabro das contas públicas.

Em 31 de Dezembro de 2010, o Passivo (exigível) só da Câmara Municipal de Sintra era de 133,889 M€, mais 37,430 M€ do que em 2009. Quase teríamos mais 6,750 M€, com a intenção da compra, pouco esclarecida, da Quinta do Relógio, em Sintra.

Em 30.6.2011, a Câmara Municipal de Sintra e duas Empresas Municipais (EDUCA e HPEM), deviam a fornecedores 29,749 M€ (14,833 M€ CMS+6,648 M€ EDUCA+8,267 M€ HPEM). Com mais de 360 dias de atraso, as dívidas eram de 14,466 M€ (10,213 M€+2,150 M€+2,102 M€).

Mesmo assim, poucos dias antes, o dinheiro parecia abundar, como poderá ser atestado no endereço que identifico: (http://www.youtube.com/watch?v=Opk2s9cFF44).

As minhas contribuições e de tantos milhares, foram desbaratadas sem progresso económico.

Expresso, pois, a V.Exas., a minha mais profunda indignação, convicto de que nunca virei a saber onde foi parar tanto dinheiro sem que tenha contribuído para o desenvolvimento do País.

Respeitosamente,

Sintra, 16.11.2011"

a) Seguiu identificação


2 comentários:

Anónimo disse...

Sr Castelo,

Os meus parabêns pela sua frontalidade e pela forma clara como comunica.

É um exemplo para muitos de nós.

Sintra e o País devem-lhe também um obrigado,

João Paulo Figueiredo

Amadeu disse...

Acabei agora de ler uma noticia, sobre o orçamento do estado para o ano de 2012, e verifiquei que só 6
Câmaras escapam a cortes nas transferências, uma das quais e a nossa Câmara,(tenho que sitar um ditado popular), (Ao memino e ao borracho põe Deus a mão por baixo), asssim faz o Governo Português aqueles que nada fazem, só me estou a referir á n/Cãmara, porque, desconheço o trabalho das outras.